Alma suspensa

Às vezes eu me sinto assim...

Velho banco de madeira

Úmido de lagrimas orvalhadas

De arvores desfolhadas

Outonizadas e solitárias

Às vezes os caminhos que contemplo

São feitos de poeira e vento

De gramas pendidas

Em estágio de lamento

Retorcidas ao sabor dos vórtices voláteis da brisa

Que gelam-me as arestas.

Lembro-me em tempos que fui viva

Fui arvore frutífera, sombrosa

Tinha seiva, tinha sede...

Primaveril tinha a alma em festa...

Hoje, contemplo o tempo que passa.

E me sinto assim...

Sem ponto de partida

Sem ponto de chegada

Parada no meio do nada

Marluci Brasil
Enviado por Marluci Brasil em 12/05/2015
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