Porto solidão...!

Um silêncio no céu...

Parece que não existe

Mundo... Muito longe

Um único pássaro canta

Perdido no horizonte azul.

Não sei se cotovia ou juriti.

Da sacada da varanda

Contemplo onde estás?

Estás de mim tão distante

Hoje não foi como ontem.

Meus olhos mapeiam

O que buscar, qual direção...

O sol não pode guiar-me;

Já brilha intensamente

O vento se recusa a me beijar.

Será que tem um amanhã

Para mim? Mas por ti

Vou lutar vou caminhar...

Minhas pernas ainda se movem

Sei que neste imenso azul,

Lá muito além tem alguém

Que outrora morreu por mim.

Certamente não gosta de ver-me

Tão triste assim: assim,

Sem o brilho dos meus olhos

Já s’ secaram as lágrimas

Caíram como chuvas torrenciais

Em dias temporais.

Sem sorrir marca de mim

Meu pulsar perdeu o compasso

Nem chora nem sorri: minh’alma

Onde tu estás? De contínua solidão

Não encontra chão... Vive à deriva

Como barco sem norte em alto mar

Preste a naufragar...

Não, eu não vou naufragar.

Dá-me asas Jesus para voar...

Voar, Tu me conheces me justifica.

Estende tuas mãos para mim

Enche-me do teu favor misericórdia

Eu sou um adorador eis me aqui!

Quero que me perdoe...

Enche meu coração de alegria

De vestes novas de louvor

Trazes a existência o que não mais existe.

Tira-me deste porto. Porto solidão...!

Mary Jun
Enviado por Mary Jun em 24/05/2015
Código do texto: T5252665
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