Insólito e devaneio



O pesar, o catar lágrimas, andar apressado e limiar do rasto
EIs que me assalta a trama da vida, o prevalecer da mentira
Mas estou a pensar, reflexo de eco, o espelho sem imagens
E cadê Alice, amôr menina e cândida florzinha, que desejas?

Um choro de reza, de meu sono pecador, entregue à suspiros
E ficarei solitária, sem irmãs, demorada companhia desolada
Porém, o amor de ontem, que mal derrama sal, não vem hoje
E onde está Alice, querida, nesta estrada sem jornada firme?

A paixão sem sentido transtornar este feito e tentar felicidade
Sem saber eu olho na esquina deserta e vejo desertas faces
Ali estará a esperança que faleceu um dia e amanhã perdida
Onde, Alice, escondeste o rosário de seus pais, tão cansada?

Agora estou sozinha, à sós, quieta na prece em mãos lívidas
Se a lamentar, a ser triste em riste, com a cabeça no meditar 
Alguém não entende, outros não, e calei a voz pra eternidade
Ai, Alice, teimosa dama antiga, doce inocente, jamais perdida!

E na minha sórdida espera, valioso resto inimigo, eu desolada
Estou no passado, no presente, na inválida manhã sem luzes
Outros não sentem, nunca amam, e eu peço amôr por eles...
Alice, Alice, estás ouvindo os pais, nesta aurora sem verdade?

Horas que vão e navegam, este que sou uma nave sem rumo 
O ser aturdido e galante, senhora de roupas finas, iluminadas
E muitos não crêem em mim, pois naufraguei num lamentar...
E Alice se perde, ainda outrora, em pecados escritos e vazios

Senhora ouvinte, Alice e muitas outras, não passe o espelho! Alguém gostou e não sorriu...
                                                                A sua batalha me desagrada!
                                                                     ( um resto de poesia ) 
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 19/07/2015
Reeditado em 19/07/2015
Código do texto: T5316317
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