Definhando ao fim.

Não sei mais quanto tempo isso vai durar,o sol penetra minha pele e isso é tão bom.Os pássaros cantam em meio ao barulho dos carros,sei que não é digno fazer isto com a natureza mas não é tão ruim assim viver nesse emaranhado de verde e cinza.

Ando meio pensativo,tantos porquês para tantos vazios,não sei,mas acho que isso é efeito do fim.Nada disso que sinto é real, talvez seja uma camuflagem para esse final de mundo que me resta.

Sinto muitas emoções com o simples fato de abrir os olhos e observar,talvez a coisa mais divertida a se fazer é observar a simplicidade que um dia foi engenhosa,olhar a diversidade aceita quando um dia era impensável..

Senhores e senhoras,jovens e adultos bem vindos a mundo,olhem ao seu redor,sintam a vida que habita em cada partícula de oxigênio que os rodeiam,aceitem que a dor é existente e muito forte enquanto ainda lhe restam tempo.

Cada corpo habitando essa rocha é um emaranhado,cada corpo possui sua estrela, mergulhe na sua imensidão e não deixe tudo para trás antes que ela se apague.Fico triste em dizer isso mas minha estrela esta se apagando,como se existisse um buraco entre meu peito que deixa as coisas boas da vida pútridas,escrevo isso como uma carta não sei bem para quem mas para um amigo que nunca tive,talvez uma carta para me libertar.

Esse paradoxo de sorrir e chorar não é mais conveniente para mim,minha alma já se foi, no momento deve estar vagando por ai e me deixou um resto de sanidade para escrever isto.

Com esse papel molhado e todo restante que me sobrou de vida,digo a todos os que ainda restam nesse imensa rocha.

Não temam nada,vocês são o nada e se não fizerem nada,viraram um nada.