Amôr de portão vazio, sem ninguém ao alpendre desolado
Coração esvoaçado, alvoroço a espera antiga
Sou doutrina deste amôr desiludido amargo...
Fico na solitária trilha que me chegará aqui...
Sou volante senhoria das nuvens sem ocaso
De amôr ao peito ensinado a ser o peregrino
Amarei o horizonte sem direção a te esperar
Aguerrida é a emoção poeta de querer ilusão
Ao ceder no papel augusto a escrita libertária
Uma vontade de ser mais que a natureza vã!
O meu peito clama, tenho pouca página nua
Mas tenho verbos, sílabas de encanto contar
Tudo somado ao silêncio carregado de ação...
E a poetisa plana nos lugares feridos da vida
Pela viva certeza de ter um lugar para conter
Onde fincar um lábaro decente de sua aflição?
E onde escrever senão o perjúrio dum sofrer?
Como a querer a resposta no desafio contido
Uma frase pra calcular que seu desejo ordena
Deixo na folha a ruga desse metamorfosear
Isso que me castiga fronteiras de poetisa una
Do fechar a página escura sem sombria lenda
E ficamos a enveredar pedidos que amei farto
Querida que escreves permitindo saber querer
Um tanto de ser feliz ao calor de outro corpo!
E minha cama está deserta, inútil sagacidade
Numa calmaria que oceanos invejam levianos
Contudo o coração está à espera do cavaleiro