Amôr de portão vazio, sem ninguém ao alpendre desolado

Coração esvoaçado, alvoroço a espera antiga

Sou doutrina deste amôr desiludido amargo...

Fico na solitária trilha que me chegará aqui...

Sou volante senhoria das nuvens sem ocaso

De amôr ao peito ensinado a ser o peregrino

Amarei o horizonte sem direção a te esperar

Aguerrida é a emoção poeta de querer ilusão

Ao ceder no papel augusto a escrita libertária

Uma vontade de ser mais que a natureza vã!

O meu peito clama, tenho pouca página nua

Mas tenho verbos, sílabas de encanto contar

Tudo somado ao silêncio carregado de ação...

E a poetisa plana nos lugares feridos da vida

Pela viva certeza de ter um lugar para conter

Onde fincar um lábaro decente de sua aflição?

E onde escrever senão o perjúrio dum sofrer?

Como a querer a resposta no desafio contido

Uma frase pra calcular que seu desejo ordena

Deixo na folha a ruga desse metamorfosear

Isso que me castiga fronteiras de poetisa una

Do fechar a página escura sem sombria lenda

E ficamos a enveredar pedidos que amei farto

Querida que escreves permitindo saber querer

Um tanto de ser feliz ao calor de outro corpo!

E minha cama está deserta, inútil sagacidade

Numa calmaria que oceanos invejam levianos

Contudo o coração está à espera do cavaleiro

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 30/08/2015
Reeditado em 30/08/2015
Código do texto: T5364689
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