O silêncio
O silêncio, suplanta o mistério do som.
Nada parece igual, a ontem,
O volume se desfez, ressoando um
Som mudo e sem tom.
O dia parece não perceber o que acontece,
Simplesmente se esvai aguardando a noite.
O sol nem apareceu para dar as boas vindas,
Parece que ele se esqueceu.
Passam-se as horas e o relógio em silêncio,
Movimenta os seus ponteiros.
A penumbra âmbar que recobre a manhã,
Sem os raios do sol.
Estranho como festas sem enfeites,
Mórbido e sem movimento.
O semblante das pessoas, que passam,
Parecem paralisados e sem sintonia.
O ar, meio sem sentido,
Não balança as folhas das árvores.
As pedras da calçada parecem,
Sempre iguais umas as outras.
A vozes que antes ouvia,
Agora já não as ouço.
O grito da garotada,
Ficou sufocado.
A tarde recai ao longo do dia,
Já não tão tardia.
O sol tímido e temeroso,
Surge no céu.
Rompe-se de repente,
O silêncio assustador.
A voz de um locutor,
A música de amor.
As vozes aparecem agrupadas,
Sem pausas e com volume atordoado.
O grito surgiu então,
Com volume e entonação.
Servindo de inspiração,
Com grande emoção.
Transmitindo sublime,
Emoção ao coração.