Ela sou e dela venho ou sou eu
  Com ela mesma me identifico ali
  Sou duas, as três, multidão de eus

  Somos desiguais o pouco de mim
  E tanto de muitos eu quisera ser
  Ser o que sou adentra o ego vate

  De poema a poesia, algo meu
  Solidão espasmo, o vazio desamor
  Sou todas e de ninguém padeço
 
  Um outro que não eu veio além
  Tentou o amar delito, o meu crime
  Ser o que sou me mata os sonhos

  Desabo ao colo terceirizado luz
  Choro que nem menina no vazio...
  No ôco de um mundo lamentável 

  Sofro nas alas de uma gente ignara
  Me deixam a sós com penalidades
  A de ser o que sou e nada decidir

  Artes o que me contém afeição
  Minha alma poetisa de parnasos
  A sonhar invento, a deixar disfaces

  Sou o deveras que devia sendo
  Amargo a distância dos abismos
  E na edição dos fatos eu cantarolo

  Na cançao agreste de meu deserto
  Um tanto de luz é o meio Sol amôr
  Sou solitária chorona, moça ruína

  No alto desse meu platô eu queria...
  Quero o desejar e todo coração!
  Onde mais encontro os príncipes?

  As paredes me são translúcidas
  O chão o meu assento, meu temor
  Até onde morrerei assim calada?

  De nada sei e do nada perderei
  Sou assim, cisma de maria cantiga
  De arcaicos pendores de sentir-se
 
  Poeta que sou, má amante poettisa
  Deixo a cair o lenço que ninguem pega
  E de lágimas verte ao pano de lençois

                                       
                           Que difícil solução/ Chorar de deserção

 
Jurubiara Zeloso Amado e Solidão Amiga de Sempre
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 26/02/2016
Reeditado em 26/02/2016
Código do texto: T5555878
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