Me cobri de anjos, dessa mata roceira
   Com argúcia de seres tão aéreos
   De mato alto que serve túnicas
   E de faiança sua gentileza
   é ardor e mais amôr flor!
  
   Me tornei a silenciosa vagem fruticôr
   E com desatar afinco me servirá
   As roupas de verdear escasso
   Oh, a linda tessitura agreste
   é quase paixão repentina!

   Ah, deitei em lençois mui encarecidos
   Como esta féerica fada forçada
   As vestes dum azul foragido
   Ai, que façam deixar chorar
   é a quase reza pretensão!

   Me diz que de verdejante te coloriste
   Caiada a neve deveras emanação
   A Primavera que de nome é eu
   Uh, e como feriu uns espinhos
   é chama de floral desalinhar!

   E coberta de ausente cavaleiros réus
   A se espreitar neste esperançar-se
   Uma conviva sem bailes bailará
   Ai, de que amar este verdejar
   é custosa lamúria serenata!
   
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 06/04/2016
Reeditado em 06/04/2016
Código do texto: T5596845
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.