Círculos de solidão

Quantas vezes procuramos respostas,

sem ter as perguntas certas formuladas,

andando em círculos ao redor de nós mesmos,

buscando o paraíso em gotas de ilusão?

Onde apeamos nossos cavalos,

para nos perder em uma floresta densa,

temerosos da noite e da ausência de estrelas,

buscando um fio de luz que ilumine nossos passos?

Em cada mudança, procurando um novo horizonte,

em cada boa noite, desejando um bom dia seguinte,

em cada viver esperando algo que nos complemente a alma,

um sorriso, um sopro no espírito, um pedaço de felicidade...

Porque continuamos olhando fotos amareladas pelo tempo,

esperando a volta de um passado já há muito enterrado,

cientes de que não há máquinas do tempo que nos salvem os erros,

buscando delinear um novo futuro em um presente inacabado?

Quando iremos parar de crer em ficções de nossos anseios,

sonhos que jamais se realizam no decorrer dos tempos,

lágrimas que seguem para o mar de desilusões que nos habita,

buscando não se afogar nesse redemoinho de sentimentos loucos?

Em cada tempestade, procurando o nascer do sol do amanhã,

em cada suspiro, a solidão de uma alma atormentada,

em cada olhar, querendo quebrar o vazio de um silêncio eterno,

uma música, uma poesia cantada, um acorde de amor dedilhado...