O encontro com o vazio...

De um momento a outro a vida se resume em flashes de situações vividas que vem a memória e depois vão embora...

De um momento a outro a vida se mostra, se vira, revira e parece que vai embora...

De um momento a outro o que foi um sonho, hoje é lembrança do que era sonhar e mais distante que qualquer horizonte marcado pelo mar...

De um momento a outro olho no espelho e já não sei o que vejo. Se vejo, não reconheço. Se busco conhecer me assusto. Se tento me afastar, me chamo.

Me olho e me engano...

Procuro, recuso... O que vejo não pode ser eu...

Busco o eu e não acho...

Penso Se ainda existo, ou o que está aqui é um rastro... De que um dia alguém aqui fez morada...

E que foi em busca de uma estrada, que estava fechada por tempo indeterminado, mas algo a impediu de esperar a abertura na antiga morada. E aquela mulher, com as malas na mão ficou ali parada...

Diante da estrada, fechada, isolada. Pensando como chegou até ali... Diante da Estrada, fechada pensando que os poucos rastros das pegadas deixadas, já não conduzem a morada.

Agora não há volta.

O tempo passou...

Agora há apenas lembranças, que acabam trazendo dor.

Agora não adianta chorar, nem desistir...

Mas também não há caminho, por onde seguir...

Todas as brechas foram checadas...

Não há saída dessa beira de estrada...

Não avanço nem retrocesso...

Há apenas um vazio que se encontra com a falta de resposta de onde essa estrada fechada vai levar...

As malas pesam...

Mas já há um costume com pesos semelhantes...

A chuva cai e o corpo inerte sente cada gota pedindo que lave a alma...

De um momento a outro tudo passa...

De um momento a outro quem tinha um universo de possibilidades se vê sem nenhuma ideia de como suportar a realidade...

De um momento a outro o que era força, se torna algo sem definição.

Não há esperança, nem desilusão... Não há sonhos... Alguns caíram durante a caminhada em direção a estrada...

Caíram, se perderam...

Foram pisados, humilhados...

Negados...

A estrada. Fechada!

Que fechou o sorriso...

Que fechou o único feixe de luz independente que era o auge sempre...

A estrada fechada, fechou quem a olha e pensa que essa estrada é a sua vida...

Parada, sem rumo... E que está com as malas para ir a algum lugar...

Só pra viver!

Só pra viver!

Só pra viver! ...

Luísa Lins

Luisa Lins
Enviado por Luisa Lins em 13/06/2016
Código do texto: T5666265
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