ESTRADA TORTUOSA

Vagando por estradas tortuosas,

Temo que o meu ser esteja a petrificar,

Pois, vejo as dores em essências gloriosas,

Mas não quero da paixão me anestesiar.

Caminhando pelas estradas do sertão,

Vejo-me como peregrino em meus escombros,

Em território desconhecido dominado pela solidão,

Carrego o peso do destino em meus ombros.

A mim pertencem as dores de minha tortura,

E com ela o temor do tempo que passa sem piedade,

Trazendo o cansaço existencial regado em lágrimas puras,

Alimentado a cada alvorecer com refeições de saudade.

Inquieto a bailar disfarçando a luta sem escudos,

Em meio à multidão de faces tristes e doloridas,

Vejo a esperança limitada em cercas e muros

E um horizonte nublado sem cores, sem vida.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 31/08/2016
Código do texto: T5745998
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