Outro Caso
Nas ruas vazias escuto meu nome
O Vazio me preenche!
Não!
Na verdade eu não alcanço coisa alguma
É só mais um dia repetitivo
O Pobre não pode se alegrar
Nem o órfão pode sorrir
Do que me adianta ter olhos
Se o que vejo não posso ter?!
Do que adianta?
Nascemos sozinhos
Morremos sozinhos
Será que passaremos a vida também sozinhos?!
O Muito falar não me responde nada
Nem o pensar faz sentido
A boca fala do que o coração está cheio
Não consigo expressar o que sinto
Só sinto pena de mim mesmo
E dos que esperam alguma coisa de mim
O que há de errado em tentar fazer o certo?!
Por que o simples é complicado?
Aonde está o valor para que eu o adquira?!
Onde mora a felicidade?!
Não tenho onde me abrigar
Também não tenho do que me alimentar
Faz tempo que estou na fila
Porém nunca chega a minha vez!
Existem quatro estações
Porém a solidão se firmou em mim
Como pregos grandes bem firmados
No final das contas não valeu de nada
Ninguém se lembrará desse fato
Quem viveu entenderá!