Em mim ...
Em mim,
habita uma infinidade de histórias.
Mas não sou um livro que deve ser lido com pressa,
sou intensa em detalhes,
textos e contextos,
interpretações,
utopias,
códigos,
marcas ...
Quando faço minha leitura,
me procuro nas entrelinhas,
no silencio das palavras,
na interrogação que cala.
No intervalo,
sou uma voz inquieta, tentando encontrar a linguagem,
com leveza, desnudo o verbo,
o verbo gosta de tocar a si mesmo,
provocando surtos e subterfúgios,
ao invés de palavras, tenho sentido,
tenho pele, sinto prazer ....
Na continuação,
vou esmiuçando pararágrafos,
sou uma escrita de muitos ecos,
prolixa, fantasio um duplo contato,
sem pausas, sem fim.
Sou um leve movimento,
quando transpasso minha alma,
me ilumino,
clareio a névoa do tempo,
e um sinal vibra minh´alma.
Em mim tudo renasce,
fraguimenta,
transforma,
exala,
desprende,
e faz um grande voo.
- Helena Huback -