Pacífico

O amanhã chegou tão rápido,

nem deu para perceber o ontem partir,

amar você foi tão breve quanto um suspiro,

foi tão leve quando uma brisa matutina,

foi tão solto quanto uma gaivota à voar na praia,

e agora busco juntar os pedaços do quebra-cabeças,

na ausência completa de teus dados físicos,

no silêncio cortante de invernos gelados,

perdido em cada noite de memórias irreparáveis,

sentindo os sonhos deixarem o inconsciente,

sorvendo cada minuto de imaginação teimosa,

para escrever nessa página em branco,

algumas linhas que possam ter algum nexo,

uma poesia que grite para o abismo,

esperando uma resposta que jamais retorna,

enquanto caminho às 4h da madrugada te buscando,

olhando para as águas do Oceano Pacífico,

ondas que remexem minha saudade,

profundezas azuis que sopram tristezas,

tentando manter-te em minha mente,

tentando sobreviver de tuas experiências em mim,

tentando segurar-te na efemeridade de teu sorriso,

tentando não enlouquecer ainda mais nessa torpe solidão...