Persona

No fim da noite eu penso na minha vida

Pela janela vejo as últimas estrelas desaparecerem

Onde o brilho austero da lua morre numa gélida brisa

Que espalha as nuvens de um céu escuro

Num outono triste de rimas vazias e carregada melancolia...

Bem lá fundo eu sei

A verdade que eu tentei esconder

Talvez por isso me escondo tão bem nas letras

Pois esse é o meu modo de negar todo o fracasso em que me meto

Tão simplória é a lei que rege o mundo a minha espreita...

O ecoo de sua voz se faz ao longe

Meus ouvidos escutam teus gritos

Uma dor bate sem pressa e sem nome

Amparada pela melodia dos meus sonhos

A bela dama da solidão sussurra aos ventos que eu nunca lhe abandone...

Há muito o portal foi aberto

Lá me refugiei nas fantasias de meu coração

Lutando guerras que eu poderia vencer

Escondendo-me nos contos onde não existia escuridão

Tudo para mais um dia sobreviver...

Quando a chuva cai silenciosa

E a névoa percorre os campos desertos

Os jardins de minha alma colhem rosas cheirosas

Na esperança de espalhar o perfume há muito esquecido

A fragrância dos Deuses prometida a mil gerações idiotas...

A lua corteja-me uma valsa

Dou-lhe a mão e sigo seu rumo

Lá no além de meus pensamentos

Escrevo versos de um momento oportuno

Peculiar forma de proteger meu eu do abismo dos meus devaneios mais profundos...

Assim quando o dia amanhece eu ganho mais uma oportunidade de tentar ser feliz num universo construído sobre uma realidade virtualizada e moldada para enganar nossas mentes e robotizar nossas personalidades.

Jony Mex
Enviado por Jony Mex em 21/11/2016
Código do texto: T5829852
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