MEU DESERTO

E lá, estava eu, caído quase sem forças

Onde outrora. um vasto açude existiu

Era o deserto envolto em minh'alma

A beleza do que meu coração sentiu

O sol queimava-me a pele impiedoso

E desnorteado, cruzava o meu deserto

Pávido por meus lábios, sequiosos dos teus

Tempestade de lembranças, eu seguia incerto

E a cada passo, os anteriores perdiam-se

Impossibilitando o regresso ao mesmo caminho

Por onde vim, certamente, não mais seguirei

Talvez, quiçá, buscarei meu oásis, sozinho

E chorei,desvergonhoso de quem me via

Julgando, sem entender o que se passava

Tornou-se Saara, a seca que me envolvia

Era a dor no coração de quem somente amava

E cobriu-se de gelo, o amplo e ermo deserto

Não permitindo o menor aconchego de alguém

Assim, estou, escrevendo em minhas areias...

Este mal, que um dia, tanto me fez bem.

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 16/02/2017
Reeditado em 16/02/2017
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