O Espinho
Penso que sou
Uma farsa...
Talvez, faca afiada
De cortes profundos,
Imundos cortes...
Sangrei,sem que me visse.
Esgotei-me sem que me
Nota-se.
Acolheu-me nas horas
Mais duras e impuras...
Sofri a dor do corte,
Da pior morte,a sua,
Que adentrou-me
Derradeira,fui culpada...
Amei demais!
Eu, sou a grande vilã.
Sou talvez a pior delas
A mais ardilosa...
A mais formosa flor
Que emana espinhos
Mortais,banais espinhos
Cravados nesse peito...
Que sem jeito,
Chora a dor de ser sozinho
Esqueço a flor,
Que um dia eu fui desse
Caminho.