Num descaso farto desmontei jardins desmerecidos
chorei em vão com face calada nas lágrimas turvas
e cai ruínas no amôr jamais pretendido, nunca visto
Sombrio que entorna o passional distraído embuste
caio emprantos sem rezas por desconhecer divinos
a nenhum deus insolente que se omite deste mundo
Desarmei armas duras que de brancas forjam rosas
matando em mim esperanças em estimas escravizar
ao ser que serei pervertida na vida incolor sem flôres
Nas horas falidas dos minutos cegos estarei perdida
ali nas falésias de uma praia insana inerte de marés
ou sofrida caminhante diante dos tropeços amargos
De incertas cinzas decoradas com ardor, este temor
o ser a menos querida em meu vil reino desterrado
uma dama de jarros partidos que ousaram ajardinar
Só a padecer de falências já perdidas na eternidade
amando o vazio que se encosta soçobrado delirante
a fenecer cantigas tecidas pelos anos sem paixões...
Quisera tão feliz por tentar a cada dia levar o tempo
num embuste de perder-se no achar cansadas juras
solitária filha de mãe eterna penitência e desmedida
Cair no sono como a encenar a aurora sem demora
um marejar não poético na realidade da donzela vã
este meu mundinho tardio da coragem encarcerada
De tanto ousadia de querer-se mas impedida lúcida
um como a desejar elevar as mãos surradas de dôr
o suor da face travestida de rugas, vozes ou perdas
E beija-me a esperança vesga dum calejar destinos
mas em loucuras que me prende umas eternidades
ao mirar o acerto de um beijo ainda que mais tardio
Vou embora de algures, do reinar confeitos, rainha!
Ainda que calejada de desamores a farsa que urde!
O ano que se esvai a cada manhã e serei memória!
chorei em vão com face calada nas lágrimas turvas
e cai ruínas no amôr jamais pretendido, nunca visto
Sombrio que entorna o passional distraído embuste
caio emprantos sem rezas por desconhecer divinos
a nenhum deus insolente que se omite deste mundo
Desarmei armas duras que de brancas forjam rosas
matando em mim esperanças em estimas escravizar
ao ser que serei pervertida na vida incolor sem flôres
Nas horas falidas dos minutos cegos estarei perdida
ali nas falésias de uma praia insana inerte de marés
ou sofrida caminhante diante dos tropeços amargos
De incertas cinzas decoradas com ardor, este temor
o ser a menos querida em meu vil reino desterrado
uma dama de jarros partidos que ousaram ajardinar
Só a padecer de falências já perdidas na eternidade
amando o vazio que se encosta soçobrado delirante
a fenecer cantigas tecidas pelos anos sem paixões...
Quisera tão feliz por tentar a cada dia levar o tempo
num embuste de perder-se no achar cansadas juras
solitária filha de mãe eterna penitência e desmedida
Cair no sono como a encenar a aurora sem demora
um marejar não poético na realidade da donzela vã
este meu mundinho tardio da coragem encarcerada
De tanto ousadia de querer-se mas impedida lúcida
um como a desejar elevar as mãos surradas de dôr
o suor da face travestida de rugas, vozes ou perdas
E beija-me a esperança vesga dum calejar destinos
mas em loucuras que me prende umas eternidades
ao mirar o acerto de um beijo ainda que mais tardio
Vou embora de algures, do reinar confeitos, rainha!
Ainda que calejada de desamores a farsa que urde!
O ano que se esvai a cada manhã e serei memória!