Angústia

Esta angústia maldita que me devora outra vez...

Dentro do estômago torturado por pregos,

Que eu jurava estar vazio,

Mariposas se comem de tão cegas e famintas.

Festejam ou se amarguram aqui dentro?

Eu sinto algo...

Eu sinto dor.

É uma fome que não passa,

É uma dor que me machuca

E machuca forte...

Pois me agonia toda noite,

Toda hora,

Toda vez que eu lembro dela...

E lembro assim que acordo.

Lembro depois que me recordo

Que a noite foi difícil;

Que meus mais belos pensamentos foram maculados pelo medo.

Outra vez escrevendo sem rumo...

A única maneira de provar aos meus olhos que algo foi dito...

Enquanto que pela minha garganta as palavras descem

E morrem

E me dão fome...

E viram angústia novamente.