Nas pedras da calçada

Nas pedras da calçada

deixa-te ficar em silêncio,

bebe da sombra e fica inerte,

antes que a razão conserte

a ferida da tua ausência.

Num esgar de inocência

deixa que se esbata a ira

que suavize a mentira

com que um dia me brindaste.

Em querer não quiseste,

esperei e não vieste,

com palavras e ternura.

Fiquei em amargura

a sulcar em memórias,

a relembrar histórias

que querendo esquecer

não esqueci.

Isabel Fagundes

15/06/07