Caros Amigos
Eu procuro a armadilha
Eles pensam que me enganam
Mas sou eu quem permite a captura
Eu sou o rato que deseja ser esmagado
O urso que busca o dardo tranquilizante
Eu sou o animal que quer ser devorado
Eu já nasci alheio à matilha
Já nasci dentro da jaula
E a jaula é quente como o inferno
E nela tem espinhos por todas as partes
E nela habitam vermes nojentos
Nela vivo a pisar cacos de vidro
E ela está submersa em ácido
Vocês pensam que me pegaram
Mas vocês me proporcionaram o sabor da liberdade
Agora me jogarão de volta
Vocês pensam que me farão mal
Mas me deram momentos de paz
Vocês me jogarão de volta
Mas jamais tive esperanças de sair
Nem mesmo quando já estava do lado de fora.