Te matarei atômica ao ventre preso nas rúnas míticas 
como quantos homens a falecerem da ferida insólita
num cranco de dores infesto, radioativo confeito sujo
no morar-se feras humanas na indecente era triste...

E tu vieste a cambiar temores com olhares cretinos
ver o que suportas no ruído de desafios em vozerio
o perceber o tormento das horas ineptas sem reinos
átomos falidos na injustiça da natureza desregrada

A visão que última prevalece sentida nos ferimentos
hora ilustre semeada uma industriosa morte furiosa
sobrevidas descartadas em cogumelos sem sonhos
e tua volta nas trevas loucas, as nuvens revoltadas...

Nasceste por mim no ser solitária filha dos abismos
de rosto íntegro, vida combativa, corpo tresloucado
na alma soçobrada, destituida desta paz excêntrica
sozinha com amor vagueante, e coração debilitado

E lhe mato com feroz radiante cerco, arfante infame
Névoas luxuriantes de côr endividadas por arco-íris
as radiosas queixas alquebradas em cinzas cálidas
num frio tênue duma aurora nascida na madrugada

O pesadelo do mundo torpe de uma manhã trevosa
tens flores eivadas de mutáveis sorrisos esquisitos
loucura irradiante neste templo santo de monstros!
Olha o mar! Este chão perdido! E o deserto em vão! 

                      
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 30/06/2017
Reeditado em 30/06/2017
Código do texto: T6042072
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