Na porta da tua casa

Suam os pés nos sapatos.

tremem as pernas na porta

da tua casa.

Saio ou fico?

riem teus olhos cínicos

quando vou embora?

Respiro o ar impuro.

Não entendo o trágico

gesto dos covardes.

Ando.

Levo no corpo os punhais.

Brotam no chão as flores

furtadas dos teus braços.

traem as palavras...

tens o sorriso congelado

nos lábios.

Vagarosamente,

levo leve a mala.

Às águas devolvo

pérolas e vestidos

rendados...

no tempo passado

deixo os relógios

quebrados.

Ficarei em tua alma.

Ouvirei o teu silêncio.

Saio sem lágrimas.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 12/07/2017
Código do texto: T6052096
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