Na porta da tua casa
Suam os pés nos sapatos.
tremem as pernas na porta
da tua casa.
Saio ou fico?
riem teus olhos cínicos
quando vou embora?
Respiro o ar impuro.
Não entendo o trágico
gesto dos covardes.
Ando.
Levo no corpo os punhais.
Brotam no chão as flores
furtadas dos teus braços.
traem as palavras...
tens o sorriso congelado
nos lábios.
Vagarosamente,
levo leve a mala.
Às águas devolvo
pérolas e vestidos
rendados...
no tempo passado
deixo os relógios
quebrados.
Ficarei em tua alma.
Ouvirei o teu silêncio.
Saio sem lágrimas.