Dôr que me consome, divina dôr que costuma estar!
deusa de meu destinar errante, campinar horizontes
aquilo que me basta o perder e que nunca é nomear
a santa fome de meus poemas, o esgar de meu riso
maternidade envolta no sofrimento, nas despedidas!
Este meu eu sedento débil dos favores de sobrevida
calada que sou em tormentas de prosas venturosas
ousada de permanecer desolar, a remar contra tudo!
querida se suporem que devo satisfazer desesperos
cansada das guerras vivas falece sonhar estar longe
Trôpego resfolegar de vida que conflituosa desfalece
os versos meus a navegarem em verdades limitadas
sem limiares no verbo incansável nesta luta cada dia
a orar devido entre promessas ou palavra convidada
valente que seja o dizer, este debruar vulgar poetar...
Imensa a aurora desperta do enlevo dessas palavras
comissionada ao desperar da alvorada de nobre arte
a desdizer palavras muitas, dos diversos matizes vis
ensimesmada na angústia íntima desse só pertencer
largada ao limo de abisssais desejos da frase última!