A morte, um pássaro em voo ...
A morte é como um canto
de um pássaro que silencia
solitariamente.
Quando os portais do corpo se abrem,
ele voa para qualquer sol que o aqueça.
Na fuga,
planando liberdade,
alguma dimensão o espera.
Na vastidão do espaço,
solta seu canto de saudade.
Uma saudade vazia,
incompreendida ...
Inseguro na travessia,
seu olhar abstrato pousa no desconhecido,
uma paisagem sombria o amedronta,
tenta encontrar o invisível,
incorpóreo se toca, tateando o abstrato.
Em horizonte dimensional,
uma tênue linha do tempo o separa.
Imantado em emoções e saudade,
tenta se achar, olhando para o nada.
Onde estou,
para onde vou,
não me sinto,
como retornar à vida, que deixei ???
Luz e sombra, marca o limite,
transcender é evoluir.
Seu canto agora, despido de materialidades,
não precisa mais de rimas,
nem cheiro de flores,
nem da implacável marcação do tempo,
ele não precisa mais de nada!
Sem bagagens, apenas emancipado,
leve e solto,
aninha-se no seio,
da consciência desperta.
Da terra que o abrigou,
levou apenas o que sente.
- Helena Huback -