INSONE
(PS/390)


Caminho, na inquietação profunda, nesse mundo
Fato de que, de alegrias, um dia fora
Ocupam as forças esse coração terno e confuso
Entreaberto, ao lume das emoções
E tudo em mim queima como intelecto e cor.

Transborda a minh'alma, de vida, aos ventos
Tudo, excessivamente, o meu ser se entrega...
Nas forças do universo me enleio e me deixo...
Em nítido despertar nas horas, o abandono e
Ouço Deus como sempre ouço o mar.

Não tenho nada além de Deus e do mar
Os meus sentidos fazem muro com o pensar
Nas madrugadas procuro estrelas e sol
Escondidos estão os anjos negros sobre os astros
Impedindo-me de ver o cintilar das estrelas.

Sem elas minha noite é mais breu
Insone, queimo feito febre em altos graus
Ninguém a me ouvir e não poder fugir
A madrugada é ainda mais solitária do que eu
O Tudo está inerte e o diligente ainda não dormiu.

Conclusão alguma no rolar em lençóis
Mistério das horas, do mundo, da vida
Acabe Deus com esse abismo, preencha essa cratera
Que na noite parece ser pior que a Esfinge de Édipo
Que atormenta  desde o empalidecer da tarde à aurora.


 
edidanesi
Enviado por edidanesi em 13/09/2017
Reeditado em 21/11/2017
Código do texto: T6112683
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