SOLIDÃO

Quando a lusidia luz da aurora adentrou no quarto pela primeira vez

meus pensamentos turvos sairam da escuridão

e uma réstia de esperança, ainda que tênue

surgiu nas trevas frias do meu coração

Eu esperava encontra- la ao abrir os olhos

ver seu sorriso lindo, sua face de menina

Mas o que vi foi o vazio de um quarto

talvez solidão seja minha sina

Ficar sozinho a vagar dentro de mim

num momento consumido pela dor

no leito, inerte, por dentro apodrecido

à sonhar febrilmente com o amor.

Já sozinho, caminhando no escuro

penso nela, alguém que nunca existiu

minha mente enegrecida com bolor

vivendo um sonho que tao logo se extinguiu

Ah, quizera eu morrer!

Ou ainda jamais ter existido

seria mais feliz em lugar nenhum

Onde tudo morre e é esquecido

Tenebrosamente penso nela

sei que no fundo é ilusão

quem me livrará perfeitamente

Das malignas garras da solidão

Luis Fernando Alvez
Enviado por Luis Fernando Alvez em 25/10/2017
Reeditado em 05/06/2019
Código do texto: T6152557
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.