Sem ti!

Guilhotinas de estridulação ensurdecedora

punem a solidão do poeta em préstito

no vincado arrebol de um amarelo torrado

rociado pelo doentio álcool numa ruela qualquer.

Escutam-se o bater das asas na orla da razão

Grifam-se sons no vento das plumas dos perfumes,

no encegueirar dos olhos nos gumes das calçadas

de xisto onde sangram os sentidos alcoolizados.

Respira-se sufocado por uma saudade abilolada

por uma luz de escuridão que ilumina imparcial…

Vivo sem me encontrar...numa solidão escoltada

pela oscilação da loucura e se abate na carne.

Fechando os olhos com pavor da bruma e do bafo

da droga inoculada por uma poesia que vagabundeava

no opio fumado num consolo incompreensível.

Que sortilégio troca amor por álcool?

Se nem o ópio nem a morfina acalmam a dor!

Se sem o teu amor…teu cheiro…até sem o teu ciúme

não sei distinguir o amanhecer do anoiteceu.

Sem ti a noite é escura… numa imensa escuridão!

Febo
Enviado por Febo em 12/12/2017
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