Morte exilada 
 
Morri...
padeci e já não existe mais tempo
a morte é imprevisível...
não para mim!
 
Morri...
sob um manto amarelado pelo tempo,
em cima de uma cadeira de rodas
num lugar incerto...
que chamam por ai de... asilo
 
mas não se engane!
há muito morri
quando no meu aniversário
teve um café especial aqui...
derem –me até uma boneca nova
e toda esperançosa, te aguardei...
mas ao por do sol...você não veio me ver
 
morri...
quando meu coração já fraquinho quis se desligar
fui levada as pressas, numa maca enferrujada, ao nosocômio
pensei: “Meu filho virá!”
mas para minha decepção, você não veio...
voltei para o lar
porém, morri; mais uma vez
 
no início...
achava que eram apenas os compromissos diários que o importunava
mas a sua indiferença me matou de vez
não se culpe, fez o que pôde...
aqui do outro, só peço ao destino
que não lhe traga a mesma sorte!







 
Eliezer Teodoro
Enviado por Eliezer Teodoro em 04/06/2018
Reeditado em 23/06/2018
Código do texto: T6355616
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