FILHO DA SOLIDÃO

Ouço o mundo à minha volta,

E o rumor das ruas me revolta;

Ando pelas calçadas das cidades

Como quem evita as tempestades,

E quando desce o manto escuro

Da noite, vejo nele o meu futuro.

Eu amo os ambientes desertos,

Espelhos que refletem a grande multidão

De pequenos vazios que carrego comigo,

E quando lanço os olhares esparsos na amplidão

Dos espaços e vejo que não há ninguém por perto,

Tenho a grata sensação de estar cercado de amigos.

Filho da solidão

Que sou, o silêncio me distrai,

E o abandono, com certeza,

É a minha maior satisfação.

Nada mais me atrai

Na natureza.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 25/06/2018
Código do texto: T6373916
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