Eu contra eu

Contemplei-me, confesso

entre um sorriso homogêneo

á pintura de um cedro desolado.

Tal história confusa, as paredes contam.

Escondi meus olhos atrás de minhas pálpebras

cogitei uma lágrima sem sentido...

Nenhuma resposta.

É o estranho momento,

quando o poeta sem sua poesia,

inquieta-se a alma

balança o lápis selvagemente nos dedos

rabisca arte por entre uma folha incompleta.

Retiro-me deste plano, e transcendo-me ao imaterial,

Alcanço o refúgio de Deus

Jesus me entreolha sem frescura,

Abraão molha-me a língua, da água de seus dedos

Jogo me em carne viva ao hades

É impossível dizer se está escuro ou quente.

Abro os olhos e estou coberto em minha cama,

no retrato em que sorrio à câmera

parafraseio um verso.

"A lágrima amarga cai,

quando o espirito de saudade se veste."