Solidão

Solidão

Aperta o peito quando te acumulas.

Eternamente sinto-me acompanhada.

...Febre cruel e devastada!

Olhos vermelhos e desgraçados

Ombros caídos pelo fracasso!

O silêncio é impertinente!

Por mais ruídos que eu ouça

Na alma ele se faz presente.

A árvore que deixa cair suas folhas

É ingrata diante dos meus olhos...

Tudo faço para protegê-la

E ela, infame natureza,

Me mostra que tudo um dia vai partir.

Partir sem volta

O medo de estar só sufoca.

Tampa as narinas, sela os lábios,

Gela o coração, a mente assassina.

Só ouço meus passos.

Não vou tirar os sapatos

Seu ruído me faz lembrar que ainda existo.

Não quero tanto espaço.

É impossível preenchê-lo só com minha presença.

Vida doente!

Livre-me da cruel sentença

De pagar por sempre estar ausente.

Roberta Krev
Enviado por Roberta Krev em 09/09/2007
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