ESPERA
Eu esperarei por ti
Nesta mesa abandonada
Junto à janela que não vê mais
A mesma rua que outrora
Catando os versos das flores mortas
De uma fotografia antiga
Na cadeira que engoliu meu cansaço
Minha mocidade, meu corpo antigo
Eu te esperarei postada como sempre
Na mesma casa de sempre
Na mesma memória de sempre
Nos versos que sempre te compus
Até que secassem as lágrimas da espera
E ficasse só a saudade.
Eu te esperarei mesmo na ausência,
Quando tudo não for mais que sombra...
Na lembrança que deixei
Mesmo que estes olhos não vejam mais
A velha mesa
A velha cadeira
A rua de sempre
A janela de sempre
A ausência de sempre