Casa vazia

Achar-me é tudo o que quero,

se te encontrar posso perder-me

os maus tratos de teus carinhos

Escassos.

Tiras-me da sede a água pura;

Já não posso beber-te.

Lembro de teu último beijo adocicado

esquentando minha boca,

enfeitiçando meus lábios.

Se nosso amor enlouqueceu, foi culpa tua,

desse teu corpo nu cheio de vergonhas

dessas mãos adoráveis que abraçavam

meu fôlego também louco.

Para me seduzires, basta ir embora.

Leve o relógio, deixe-me as horas

que cuidarei da saudade e do mormaço,

onde o tempo tem braços e espaços

e pode me abraçar.

Se fores, que seja para bem longe

onde não haja sede, muito menos água,

e meu desejo seja apenas morno

como o são tuas vontades,

porque ainda não te posso ter de verdade...