Nuit

Do que nos importam as dores?

Do que nos importam as lágrimas?

Quando os vermes estiverem dançando

Sobre os despojos podres da carne!

Das janelas do meu quarto,

Eu vejo o mundo sangrar

Mas o mundo nem ao menos sabes que sangra;

Gritam os fiéis

- Oh cristo salve-me das chamas do inferno

E as chamas constantemente queimam seus filhos

Do que nos importam a fé?

Do que nos importam o ceticismo?

Quando as asas dos anjos caídos

Enfeitarem o túmulo dos homens

Eu sou hoje um homem maldito!

Pois em mim vivem dois Diabos

O da rebeldia e o do conhecimento

Por que ainda estamos vivendo

Como macacos em um zoológico?

Não deveriam os homens zombar da morte

Enquanto a vida os permite?

Em uma questão de segundos estaremos mortos!

Então gritem!

Gritem para que os deuses que criaram

Salvem a alma que acreditam ter.

Estou hoje dividido entre a solidão e os deuses

- Mas que deuses!?

Gritam os céticos

E eu vos direi quais Deuses

Aqueles que vivem sobre o túmulo do nada!

Enforcados sobre as tripas da solidão que os acolhe

Nos jardins floridos,

Aonde cantavam os pássaros e choravam os deuses

A morte de tudo em que acreditas

Dançava sobre o tumulo de suas convicções.

E a música que escutavas ao longe

Era solidão cantando para a chuva

Canções que a faziam chorar;

Mesmo que distante de todas as suas convicções

O Niilista reflete em seus olhos

A liberdade que afaga o seu coração...

Esse poema não é sobre Niilismo

Ou sobre Paixão

É sobre o apego a solidão

Cantada por pássaros por toda a imensidão

Que sabiam que para o universo,

De nada importavam a sua canção.

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 22/11/2018
Código do texto: T6508668
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.