Poema – Metáforas e Maldições

Poema – Metáforas e Maldições

Quantas vezes eu não desejei que a morte

batesse em minha porta?

quantas vezes eu não sofri angustias

que martirizavam todo o meu ser?

sou um homem maldito,

e a minha maldição é viver

E das vezes em que eu odiei a minha vida,

invejei Jesus pela fé e pela dor

queria eu morrer em um pedaço de madeira

e ainda ser chamado de senhor

Sagrado para mim somente o amor

o amor que eu nunca senti

o amor que eu nunca sentirei

pois eu só sinto dor,

e um ódio que eu mesmo alimentei

Eu não odeio as pessoas

tampouco odeio os deuses

odeio somente as feridas que se abrem em meu corpo

e fazem a minha alma sangrar

Nas vísceras da dor e da angustia

eu me afoguei nas mágoas do silencio

e me enforquei nas cordas banhadas com o sangue

da minha própria dor

A miséria do meu ser,

se alastra por todos os cantos da casa

e a solidão é a companhia muda

desta alma cansada

Nas estrelas eu encontrei a minha própria morada

minhas paixões são os livros e o próprio nada

Todas as vezes que eu chorei

sangrei poesias

e das minhas lágrimas

nasceram dores tão sublimes

capazes de fazer até mesmo as estrelas chorarem

– Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 30/11/2018
Código do texto: T6515327
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