Poema - Inquietudes de um homem louco

Poema - Inquietudes de um homem louco

Beijem os meus pés

pois eles caminharam sobre o sangue sagrados dos deuses

e não há nenhum pecado no mundo

que eu não os tenha sentido

Na dúbia luz dos meus olhos

reside uma inquietante solidão;

E nesta loucura que me atormenta

nascem devaneios vislumbres

de uma mente insana

Trancafiado no meu quarto como um animal

sou engolido por estas paredes de mentira

que já me viram chorar

Aqueles que me cercam

dos poucos que ainda não foram embora

acreditam que estou ficando louco

porque eu passo o tempo inteiro sozinho

e a minha única companhia são os livros velhos na estante

Aos poucos eles se afastam de mim

eu deveria me sentir culpado

mas sinto-me livre

E esta necessidade de viver só

funde-se com o sangue que corre em minhas veias

corto os meus punhos

e afogo meus pulmões em minha própria miséria

Sou um homem livre

e a minha maldição é viver

Aproximo-me da noite

e o silencio abre os meus olhos

solitário como um pássaro a se esconder da chuva

eu me divirto com a minha própria sombra

Eu sou o herdeiro dos sonhos

um anjo a vagar sobre a terra

e do sangue que escorreram das minhas asas

escrevi profanas poesias

Pois somente os indivíduos verdadeiramente elevados,

tornam-se Deuses ao se apaixonar pela solidão

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 18/12/2018
Código do texto: T6530413
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.