Ponteiros solitários(Poema 1)
Marcam aqueles ponteiros destacados suas
Horas únicas e estranhas... Seus humores são
Chatos e entediantes, e na soturna melancolia
De uma volta no mundo do tempo, estes ponteiros
Solitários moldam cada hora com única precisão.
Dançam com seus próprios corpos os ponteiros
De um dia qualquer, marcando no ritmo solitário
Uma vida desigual, sem ritmo, e aniquilada pela
Tirania do tempo e da necessidade de marcar
O que não existe... Os ponteiros deixados ao acaso
Reverberam como gotas de prata em silêncio absoluto.
Gotas de solidão serão vividas num mar de
Inquietações absurdas, e nas dobras daquele
Tempo faustoso os ponteiros lembram-se de
Suas vidas quando eram essenciais ao mundo.
Gotas de lágrimas ecoam nos ponteiros...
E cada dobra espacial de um tempo morto
Revive a solidão marcante de dias fatídicos.