Dois momentos de solidão(Poema 8)

No quarto a solidão se encerra numa

Angústia existencial parada, amorfa,

Existência congelada entre quatro paredes.

Dois livros, uma caneta, um rádio, e algumas

Folhas à esmo... Tudo no momento presente

É apenas um momento solitário a se repetir

Numa vida baseada na angústia solitária.

A vida esvazia seu significado no quarto, seja

Ele imaginário ou real, ele canibaliza todas

As emoções que poderiam ser vividas de forma

Clara nos momentos de introspecção.

Naqueles sentimentos recolhidos em existência

Doméstica, os humores elevam-se a níveis

Intuitivos, porém, em cada humor a pessoa

Sofre uma gota adicional de seu próprio estar só.

Claustro fechado, cuja luz do sol nunca banha

O ambiente, claustro de segredos inevitáveis.

Ambiente de intensa solidão mascarada de

Necessidade de recolhimento ou ausência humana.

Fechado em um mundo cujo o sagrado mescla-se

Com habilidade as necessidades humanas, o claustro

É o momento de solidão de um homem amargurado,

Abatido, sofrível, desarmonizado, e entregue ao mundo

De solidões inenarráveis, naquele momento de introspecção

No claustro fechado a solidão torna-se deusa, e seu santuário

Aniquila tudo de harmonioso no respectivo corpo dominado.

martinschongauerIV
Enviado por martinschongauerIV em 30/01/2019
Reeditado em 02/05/2023
Código do texto: T6563427
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