Totem

Piso as asas ganhas

e as aranhas

que me tecem solidão

Caio do céu profundo

Meu mundo

é acometido de inversão

Há no espelho o reflexo

sem muito nexo

do que nem sou

Todo o motivo

de dar mais motivos

ao que o coração pousou

Pego as folhas caídas

de cada galho da vida

invisibilidade nas raízes

Não tenho oxigênio

ideias de gênio

nem diretrizes

Há aqui nessas palavras

o visgo da lavra

o limo da emoção

tudo que percebo

a baba, o sebo

a vazão...

Eu, brincando de poeta

na bicicleta

do tempo

Um solitário atleta

sem a meta

do momento

14-03-2019

14h02min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 14/03/2019
Reeditado em 14/03/2019
Código do texto: T6597856
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