Venero a solidão

Uma boa parte de mim

venera sem medo algum

as chamas da solidão,

deposito meus segredos

nas torrentes sombrias da noite

sem camuflar meu medo diário.

Derreto-me de prazer ao tocar os céus

com meus gritos de amor,

arrepio-me pelo toque gelado da morte...

sem medo mergulho

em um abismo escuro e sem vida,

morro de prazeres,

ressuscito de loucuras mal vividas.

Imploro, pois

ao universo que me deixe,

quero viver enquanto puder

desbravando desertos desconhecidos,

beijando bocas jamais beijadas

deitando-me com corpos desconhecido,

ficando só no momento de surtos

mesmo vivendo um eterno sonho.

Deixe-me viver na solidão

dos dias e noites,

na desconhecida solidão do meu ser.

Sou um louco que foge das loucas alheias,

quero apenas as minhas,

apenas os meus.

Deixe-me a sós com minha arrogante morte solitária.

Bruno Mariot
Enviado por Bruno Mariot em 24/04/2019
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