Venero a solidão
Uma boa parte de mim
venera sem medo algum
as chamas da solidão,
deposito meus segredos
nas torrentes sombrias da noite
sem camuflar meu medo diário.
Derreto-me de prazer ao tocar os céus
com meus gritos de amor,
arrepio-me pelo toque gelado da morte...
sem medo mergulho
em um abismo escuro e sem vida,
morro de prazeres,
ressuscito de loucuras mal vividas.
Imploro, pois
ao universo que me deixe,
quero viver enquanto puder
desbravando desertos desconhecidos,
beijando bocas jamais beijadas
deitando-me com corpos desconhecido,
ficando só no momento de surtos
mesmo vivendo um eterno sonho.
Deixe-me viver na solidão
dos dias e noites,
na desconhecida solidão do meu ser.
Sou um louco que foge das loucas alheias,
quero apenas as minhas,
apenas os meus.
Deixe-me a sós com minha arrogante morte solitária.