Laços desfeitos

...e tua companhia se escurece,

tua sedução me padece:

somos o que somos.

Tua presença me ausenta,

e em cada recanto estéril de tua vida,

minha mão alcança e brinca e zomba.

Exilo-me em tuas palavras cheias de vinho

Nem morres, nem vivo.

Proponho-te o amor,

tento entender-te calmamente,

Ponho em teu espaço todas as minhas sementes,

mas nenhuma germina.

E o meu trem de homem muda de estação,

Paro diante do desfiladeiro, esse teu coração,

Continuo a amar-te sem receio,

mas não me amas,

esfrias como a chama que já se molhou

das lágrimas de um desamor

que morreu para ambos.

Poema inédito (29/05/2019)

Paulino Vergetti