A ESTAÇÃO

Observava as pessoas que estavam naquele trem, não sabia o que se passava em suas mentes, cada qual com seus pensamentos, talvez, alguns estavam ansiosos pela chegada e pelos reencontros; por que assim é a estação, sempre tem alguém a espera por aquele que irá descer do trem. Outros, tristes por saber que apenas a solidão estará lá. E nesse grupo eu me encaixo. Não me alegrava pela chegada, queria continuar naquele trem, mas fui subitamente forçada a descer e continuar a espera na estação.

Chegamos e como pensei, muitos sorrisos, beijos e abraços. E parecia que apenas, eu, compartilhava com a solidão. Ironicamente, alguém sorriu para mim, talvez por pena ou cordialidade, sorri, retribuído o gesto e não demorou muito para aquele sorriso sumi em meu a multidão. Então, me sentei em um dos bancos e aos poucos a estação foi esvaziando; estava frio era final de outono, a natureza se preparava para a chegada do inverno. Meus pensamentos vagavam no passado que já não mais me pertencia, mas que eu ainda insistia em ficar. Parecia masoquismo, infelizmente ainda não possuía forças necessária para se libertar. Foi então que lá longe, entre colinas, o vir novamente. O trem. Meu coração mais uma vez palpitava, mas em um ritmo desacelerado. Desconfiado e abatido, cansado das estações sempre vazias, sofria por estar sempre só. E o trem chegou. Subir mais uma vez, com a esperança de que nessa viagem o próximo passageiro dessa na próxima estação, não primeiro, mas segurando a minha mão. E a estação que por muito tempo vem sendo motivo de solidão, será finalmente a estação de grandes emoções.