Agasalho
Sinto falta do abraço e aconchego de alguém,
Neste instante de frio no auge do apogeu do sol,
falta que me faz sentir sozinho,
o ônibus lotado aquele empurra, empurra o calor sem calor... afeto,
pele insensível de toques que não registra,
De uma noite de suor e gemidos, prazer por prazer,
que invade madrugada a dentro em louca simetria sem sentido,
desmunido de sentimentos só desejo da carne,
no coração um músculo... onde está o sentimento de um músculo,
que não para nem mesmo por um segundo... e se parar... Descanso
sinto falta de alguém ao meu lado na cama,
sem ter que dizer "foi bom pra vc?", e ouvir o ranger da porta,
ao som do bater desta em seguida,
Num fundo sonoro de prédios, casas, carros e pessoas,
dou uma pequena luz para o mundo em uma chama e uma tragada,
Contorna minha face gotas salobras e da boca sai fumaça e um suspiro meio soluçante,
braço com braço me abraço por baixo da camisa,
olho a janela e vejo o som, dos prédios, casas, carros e pessoas,
Tomo banho e troco de roupa e vou fechando a porta... pego o ônibus