Amanhã, menina!...

E a menina, sozinha, ouve música...

Para ver se dentro dela algo se acalma.

Para tentar não pensar nas coisas.

Porque são tantos monstros internos!

São tantos diálogos insanos...

Monólogos sôfregos.

Ela cresceu não podendo ver o mundo com leveza.

Cresceu tendo que ser forte, todo o tempo.

E hoje não sabe lidar com suas companhias.

Tem medo de perder cada momento.

E por medo de perdê-los, não vive.

Não sabe como reagiriam à sua presença.

Então, ausenta-se.

Propositalmente.

Como forma de não sofrer, caso ocorra.

Prefere o isolamento à oportunidade.

Prefere as lágrimas aos sorrisos.

Porque desconfia que os sorrisos possam ser forçados.

Como quando de pose fotográfica.

Já as lágrimas sempre serão lágrimas.

Expressam a si e aos outros da mesma forma.

A menina se esconde.

Vagueia.

Permanece quieta.

E sai de cena como entrou.

Sem ser notada.

Por mais que no fundo do seu íntimo queira apenas um olhar...

Mas, amanhã!

Hoje suas faces estão enrubecidas demais para ser notada...

HELOISA ARMANNI
Enviado por HELOISA ARMANNI em 30/06/2019
Código do texto: T6684946
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