Veias Petrificadas

As veias petrificadas que carrego no entorpecido corpo

São fruto de uma preguiça de há pouco

Quando tudo ainda era essa juventude impregnada de adiares

E as areias em abundância correriam ainda muitas

Pelos ares

Essas veias petrificadas que hoje já não mais trabalham

Entopem e desaceleram pouco a pouco

A força com que o sangue de hoje circula

Quando o de ontem mais forte circulava

As paixões que murcham sem a seiva

Agora congelada

As inquietações que apagam sem a chama

Agora brasa

Apenas esse sono

Esse sono que lento me consome

Roubando tempo

Desfigurando vida:

Congelando chama

Abrasando seiva

Murchando inquietações

Apagando paixões