Lágrimas de sangue

Súbito momento, inquietude d'alma

Onde hei de padecer! Será num esquife,

Ou nas profundezas dum mar em calma

Ritual lúgrube, dança da morte, me ceife.

Dos mares de lágrimas hei de sobreviver!

As ondas calema tiram de mim a cura...

Hei de suportar pois tu não irá me rever,

Ainda entorpecido pelo ópio da loucura.

Subsisto no fadário que é te esquecer

Em noites tão longas suporto a solidão

De não poder te vê sem enlouquecer,

Aqui o breu me cerca numa imensidão.

Deito-me, na cama que parece um sepulcro

Minha pele jaz pálida, fria e esbranquiçada,

Padece no ermo deste quarto fúnebre e sacro

E, vejo no espelho minha mente bagunçada.

Antony Maya H
Enviado por Antony Maya H em 21/07/2019
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