NOITES ESCURAS

Nas noites claras, só vejo escuridão,

sentado a beira da janela, tendo mar como ilusão.

A chuva acalma minha triste virtude,

tenho visões e aparições da minha juventude.

Mortes, tiros, casais, crianças,

nada disso tem importância

Meu pensamento estar distante,

dizem que minha alma é uma fonte borbulhante.

Quero ser livre, livre dos meus adversários,

logo eu, o mais solitário dos solitários.

Ó paixão! Perdoai-me a minha tristeza,

que se faz noite, que se faz beleza.

É isso que vos digo,

meu eterno inimigo