À Revelia

Ao acaso sou desventura de mim sobre o lastro,

Juro, sob a alcova, transgredir a beleza.

Pois, o junco d'alma afoga-se em realeza,

Quando encontro o corpo alquebrado sem mastro.

Vago por terras ígneas e flamejantes.

Pois, aos dados da sorte, estou sem nome,

E, vazia, minha casa de seda resvala a fome.

Em aviso prévio, no passo da areia, fui um dos navegantes.

Outrora sina, fui palavra, livro e prataria,

Não bastou meu eu, sobrou-me o que desfiguraria...

À revelia, quase sufoco meu recortado fantasma,

Pois, singelo foi o ramo de flores,

Qual perfumou o fim de meus dias em miasma,

Suportando menos as gritarias, e mais, as dores