A Quem Devo Minha Solidão

Me sinto infinitamente solitário.

E o silêncio que a solidão me traz

- Tal qual esse desprazer mercenário -

Insiste em não me deixar em paz!

Fico sempre quieto, parado e mudo.

Imóvel, estático, como se fosse de mámore.

E mesmo que eu queira. Que eu grite ou chore,

O sentimento permanece, contudo.

À noite, a escuridão me leva à grima.

Porém, não derramo pena ou lágrima,

'Inda que de lástimas não me faltem.

E me pergunto logo então:

"A quem devo tanta solidão?"

Ao amigo que me abandonou?

À amada que não me amou?

Ou ao eterno vazio no meu coração?

A quem devo tanta solidão?

Que não é minha e que não quero ter

A quem devo tanta solidão?

Que não é minha e que não quero ter

Toda ela, eu sei.

Devo somente a você

Raul Brasil
Enviado por Raul Brasil em 23/01/2020
Código do texto: T6848317
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